Meus Direitos e Meus Deveres

Nossas relações humanas
Precisam de um certo controle
O meu direito termina
Quando começa o do outro
O direito é o caminho certo
Essa dica vale ouro

O dever é um compromisso
De você participar
Na construção social
Que você vive a usar
Pra tá tudo pronto arrumado
Você tem que colaborar

O direito, é justo e legítimo
É correto, honrado, e da paz
O direito é uma conquista
Para a moça e o rapaz
Seu direito é seu patrimônio
Proteja-o com todo gás

Para ser um bom cidadão
Tem que ter identidade
Mostrar a cara, ser gente
Sentir a dignidade
Usufruir seus direitos
Mas, sempre servir a cidade

Pra proteger as pessoas
Temos ferramentas mil
Das leis, a constituição é maior’
Têm a força juvenil
Órgãos e repartições
A Policia, a Defesa Civil

É Procon, Imetro e Covisa
Trabalho amoroso e valente
Orientam, fiscalizam tudo
Querem o que é melhor pra gente
Só o trabalho educativo
É que liberta nossa gente

Funcionários e juízes
São servidores do estado
São de nossa total confiança
Pelos contribuintes são pagos
Com o promotor e procurador
São guardiões dedicados

O advogado é um soldado
Que é chamado pela pessoa
Pra defender seus direitos
O representa numa boa
Conhece as leis, sabe tudo
Seu trabalho, Deus abençoa

O costume é tradição
O povo vai se habituando
Depois, faz parte da cultura
Vira lei, normatizando
Legislativo e executivo
Apreciam e aprovam votando

Há dois mil anos atrás
Os romanos inventaram
O direito como lei
Pra proteger os tratados
Direito civil, ambiente
Já são mais de mil aprovados

Pra garantir seus direitos
Fique atento meu irmão
Cumpra sempre seus deveres
É a sua participação
Seja justo, bom e leal
Você vai ter o mundo na mão.

Leôncio Queiroz

O Explorador e o Explorado

Nos primeiros passos no chão
Desde o início da humanidade
O homem clama ser livre
Viver plena liberdade.

Sendo explorado ou explorador
O homem cria esta condição
Quando explorado é escravo
Explorador é charlatão

Explorador também é
O injusto e o ladrão
O trapaceiro, o bandido
O preguiçoso enrolão
O mentiroso safado
O metido a sabidão

O escravo de si próprio
Ignorante, cego de guia
É o que não se conhece
Não vê sua autonomia
Só bota culpa nos outros
Pela sua lentidão
Não vai atrás do que quer
Espera por tudo na mão

O escravo se sente bem
Na sua limitação
Não sente que pode crescer
Não procura evolução
Só olhando a vida dos outros
Fica rente com o chão

Ser livre é evoluir
Fazer boas amizades
Imitando os bons, faz amigos
Praticando a caridade
Não fica amarrado no mal
Fazendo atrocidades

Ser livre é ganhar o pão
Com o suor do seu rosto
Se ocupa com seu trabalho
Não pratica nenhum desgosto
Sente prazer no trabalho
Alegria se vê no rosto

Quando explora o irmão
Ganhando sem merecer
O que ganha não tem gosto
Sente que quer devolver
Explorando é egoísta
Limitando seu crescer

O ladrão é preguiçoso
Quer que os outros trabalhem por ele
Enquanto os outros trabalham
Fica esperando a vez
Explora o inocente
Tomando o que ele fez

O ladrão sempre sabe
Que é um grande explorador
O que tem não lhe merece
É jóia de falso valor
A consciência lhe dói
Noite e dia sente dor
É um brinquedo do cão
Que lhe usa com fervor.

Explorador e explorado
É uma questão de momento
Deixe sempre a luz acesa
Pra enxergar o evento
Não cometa injustiça
Explorando o elemento

Hora sou explorador
Hora sou explorado
Cabe a meu sexto sentido
Enxergar o resultado
Ser justo e equilibrado
É praticar lealdade
Cuidado com o mal atentando
Fique junto da verdade

A consciência tem voz
Fala na intimidade
Grita e chora quando algoz
É a nossa atividade
Não faça o jogo do mal
Tenha a força da verdade
A gente só colhe o que planta
Seja o plantador de bondade

Leôncio Queiroz

A RODA GRANDE VAI ENTRAR NA PEQUENA

Roda grande entrará pequena
Já dizia meu avô
Não espere ver lá na frente
Este dia já chegou
O homem está tão perigoso
Que a natureza ele mudou

Das veias da nossa terra
Tiram petróleo todo dia
São cem milhões de barris
Queima a gente, asfixia
Querem matar a nós, animais e a terra
Onde está a sabedoria?

O nosso planeta água
É lindo e maravilhoso
Nós também somos de água
É setenta por cento do corpo
É triste ver nosso irmão
Morrer de sede, é horroroso

Tem tanto alimento no mundo
Que chega a ser exportado
Os navios estão todos cheios
Os caminhões super lotados
Mas, tem milhões de seres humanos
Morrendo de fome, humilhados

Todos têm um telefone
Mil meios de comunicação
Internet, computadores
Tudo em plena ligação
Só não temos muitos valores
Pra comunicar ao irmão

Tem tanto dinheiro no mundo
Poucos donos num fundo a guardar
Na maldade, provocam o desejo do povo
Pra comprar tudo sem precisar
A maioria do povo ta lisa
Cheio de contas pra pagar

O honesto ta preso em casa
Com medo de ser assaltado
O ladrão ta solto na rua
Com armas, ta todo armado
A roda grande entrou na pequena
Só não ver o alienado

Estão dizendo que sou livre
Que sou um livre cidadão
Pelo que sei só pago imposto
Pra manter o governo dragão
Metade do salário é dele
Pelo que sei, isto é escravidão

A carne dominando o espírito
Aparência é que tem valor
A estética cegando a ética
Prazer menosprezando o amor
O corpo não é mais que a alma
Vê se acorda roncador

Tem braço, mas não abraça
Tem coração mas não ama
Só quer ser o que não é
Trabalha só pra ter fama
Vê se bota os pés no chão
Teu conteúdo te chama

Viemos aqui pra servir
Ver primeiro o nosso irmão
Invertemos as bolas, assim
Só queremos ter servidão
O mundo aos nossos pés
O ter engolir o ser, é inversão

A guerra matando a paz
Em nossas ruas e nas calçadas
O mal tá mandando no bem
Tem mais rifles que enxadas
Os líderes só amam o poder
Os liderados não são nada?

Estais na multidão sozinho
Não fez amigos doutor?
A gente só colhe o que planta
E a lei da vida, és plantador
Aumente o amor às pessoas
Diminua o apego ao motor

A criatura vaidosa
Excluiu o Criador
Criatura ficou perigosa
Que passar-se por senhor
Apoderou-se de tudo
É o seu próprio ditador.

Leôncio Queiroz

O Humanista

Ser Humanista é bem simples,
Não precisa de ostentação;
É somente ser como Cristo,
É ser cristão;
É não querer ser dono do outro,
É dar liberdade ao irmão.

Olhe, ninguém é de ninguém.
Queres ser dono de alguém?
Não és humanista não.
Deus fez um de cada vez,
Cada um é dono de si,
Ele deu livre arbítrio na mão.

O humanista não impõe,
Ele conquista a adesão;
Não humilha, não maltrata,
Não és massa de manobra não;
Esclarece, mostra a verdade,
Não manipula você não.

O Humanista trabalha,
Põe amor na produção;
Planta, semeia e colhe,
Faz cada um merecer o pão;
O que tem, é suor do seu rosto,
O Humanista é um justo patrão.

O Humanista é comum,
Ele defende a igualdade;
Para que todos sejam um,
Na solidariedade,
Um por todos, todos por um;
Liberdade, fraternidade.

Ter liberdade é ser livre,
Liberdade é amplidão;
É descobrir seus dons e servir,
Servir sempre ao cidadão;
A liberdade não tem muros,
Não tem rifles, nem paredões.

Na liberdade, tudo é de todos,
A paridade é o padrão;
Se você presta um serviço,
Não explora o outro não;
Na liberdade tem de tudo,
Por um preço de tostão.

Tem quem prega democracia,
Mas, prende logo o cidadão;
Usa ele na guerra assassina,
Mentindo na explicação;
Faz dele gato e sapato,
Ideologia, é armação.

No regime humanitário,
Não tem porta, nem portão;
Não se divide as classes,
Não há escravos, exclusões;
Não há militantes cruéis,
Ninguém mata um só refrão.

Ser Humanista é ter tudo,
É dividir com o coração;
O que cria é pra todos,
No peito, a satisfação;
Ganha menos, mas tem prazer,
Faz feliz a multidão.

O Humanista é o que cresce,
Tem senso crítico e saber;
Usa as boas chances da vida,
Sabe ganhar, sabe vencer;
Descubra um grande Humanista,
Aí dentro de você.

Leôncio Queiroz

AUTOFAGIA SOCIAL

AUTOFAGIA é um processo,
De auto-consumação;
A coisa come a si mesmo,
Até à destruição.

No Brasil está acontecendo,
Autofagia em todo Estado;
São uns devorando os outros,
Não interessa o enfado.

O contribuinte é o burro de carga,
Mas, não é o beneficiário;
É um inocente útil, ingênuo,
É o “Paga tudo Solitário”.

A metade do que ganha,
Dá para o Estado, é obrigação;
Não usufrui nada da Corte,
E ainda o chamam “cidadão”.

Qualquer movimento que faça,
Gera uma obrigação;
Se cair com a mão na massa,
Cai na alta tributação.

E se descumprir a ordem,
Vai passando logo a ter culpa;
Cobram dele, imediatamente,
Penalidades e multa.

São mais de 3.000 tributos,
Que é obrigado a pagar;
Saiu de casa, olhou para cima!
Tem uma taxa à quitar.

O contribuinte é galinha,
Galinha dos ovos de ouro;
Mas, se matarem a galinha,
Não vai ter galinha, nem ovo.

É o que acontece hoje,
Com a nossa querida nação,
São uns comendo os outros,
Sem a menor contemplação.

Inveja, gula e ganância,
É a causa da autofagia;
Somados à ignorância,
Estão matando a democracia.

A autofagia acontece,
Quando você é um “todo poderoso”,
Egoísta, mandão, ditador,
Não vê no outro um tesouro.

É o outro que lhe garante,
A sua sobrevivência;
Com pequenas reciprocidades,
Se harmoniza a dependência.

Aqui no nosso espaço,
Coloque o outro para cima;
Sociedade que não se une,
Todos se destroem, é a sina.

Você que tem a caneta,
E faz dela um punhal;
Fique sabendo, vê se enxerga,
Estás se matando por igual.

Salvemos nosso lugar,
Deixe o outro sobreviver;
Quando ele cresce, você cresce,
É o segredo para ascender.

Poesia de Leôncio Queiroz
Data: 19 de Setembro de 2019